A Confissão Íntima de Uma Cirurgiã Plástica

Faces da Beleza #003

Querida leitora, hoje quero compartilhar uma confissão com você:

Sou uma cirurgiã que tem medo de cirurgias!

Sei que pode soar estranho, mas é verdade.

Evito ao máximo estar do outro lado da maca, não por medo do procedimento em si — afinal, conheço todos os benefícios e mínimos riscos de uma cirurgia plástica bem executada.

No entanto, a ideia de me submeter a um bisturi me deixava apreensiva por diversas razões.

É claro que consigo fazer uma lista de características corporais que ficariam melhores esteticamente com uma cirurgia. Mas também posso enumerar uma série de motivos que me faziam hesitar.

Nesta edição, vou contar como eu, lentamente, superei cada uma dessas objeções (dúvidas) até realizar minha blefaroplastia (cirurgia plástica das pálpebras).

Espero que minha jornada pessoal possa inspirar você a refletir sobre seus próprios desejos e medos em relação a procedimentos estéticos.

O Passo a Passo do Meu Processo de Tomada de Decisão

Objeção #1: As cicatrizes

Já fazia algum tempo que eu acordava sempre com o aspecto de cansada.

Ficava com os olhos inchados até mais tarde, e muitas vezes respondia a perguntas sobre sobrecarga de trabalho ou necessidade de descansar mais.

E nada disso acontecia — eu estava ótima e descansada!

Mas esse “olhar cansado” se devia ao acúmulo de líquido na região dos olhos, uma característica natural do envelhecimento da pele.

Uma das minhas maiores preocupações era em relação às cicatrizes da blefaroplastia (cirurgia para remoção do excesso de pele e bolsas de gordura).

Eu pensava: “Não quero ter cicatrizes nos olhos!”

Porém, ao estudar melhor o procedimento, percebi que as cicatrizes da blefaroplastia são as menos visíveis de todo o corpo.

Existem apenas 2 lugares que não desenvolvem queloides mesmo em pessoas propensas: as pálpebras e a bolsa escrotal.

Ou seja, a minha objeção não tinha nenhuma racionalidade de fato!

É claro que inicialmente dá para ver uma linha fina, mas em até 2 anos a cicatriz tende a desaparecer praticamente por completo, como a minha atualmente se encontra. Mal dá pra ver!

Objeção #2: A internação

Outra preocupação que me fazia adiar a cirurgia era a ideia de ter que ficar internada em um hospital. Eu pensava: “Não quero internação!”

No entanto, a blefaroplastia pode ser realizada em ambiente ambulatorial, com anestesia local e sem necessidade de sedação.

Tudo pode ser feito no próprio consultório, desde que o paciente não tenha nenhuma contraindicação, como doenças de coagulação sanguínea, problemas cardíacos ou ansiedade extrema.

Eu tenho a sorte de estar 100% saudável e de conhecer cada etapa do procedimento, como a palma da minha mão.

Mas reconheço que sou uma exceção — a maioria das pacientes tem um perfil que requer a cirurgia em ambiente hospitalar, com assistência de um anestesista.

Então, após analisar os prós e contras, percebi que a internação não seria realmente necessária no meu caso… Mais um empecilho superado!

Objeção #3: O período de recuperação

Outra questão que me fazia adiar a cirurgia era o receio de ter que parar de trabalhar por um longo período para me recuperar.

Na minha cabeça, ficava ecoando: “Não quero ficar afastada das minhas atividades!”

No entanto, com um bom planejamento, é possível minimizar o tempo de afastamento.

No meu caso, marquei minha blefaroplastia para a quinta-feira que antecedia o feriado prolongado de Carnaval. Estávamos em meio à pandemia, com algumas restrições, então seria um ótimo momento.

A retirada dos pontos é feita no quinto dia após a cirurgia. Depois disso, era só uma questão de usar um bom corretivo para disfarçar qualquer mancha roxa remanescente.

E o mais surpreendente: Quase ninguém percebia que realizei um procedimento.

Então, com uma pequena pausa estratégica, pude me recuperar tranquilamente sem maiores ausências do trabalho.

Este foi mais um obstáculo vencido.

Objeção #4: Escolha da cirurgiã

Outra decisão que estava em minha mente era:

“Eu quero fazer a cirurgia pelas mãos de outra cirurgiã.”

Afinal, por mais que eu soubesse todos os procedimentos, a auto-operação não é recomendada — precisamos ter nosso espaço como pacientes.

Então, em quem eu confiaria para realizar minha cirurgia?

A resposta veio de forma natural: minha amiga Dr.ᵃ Daniella Varella, que foi minha residente e assistente por muito tempo.

Ela aprendeu comigo grande parte do que sabe sobre cirurgias plásticas e atenderia todos os meus pedidos.

Quando perguntei se ela toparia me operar, Daniella disse que ficou nervosa inicialmente. Mas eu duvido!

Ela foi a escolha perfeita — uma cirurgiã segura, habilidosa e que atenderia a todos os meus pedidos com maestria.

Ter uma profissional de plena confiança para realizar meu procedimento foi mais um fator que me deixou muito mais tranquila para seguir em frente.

Objeção #5: Perder características naturais

Por fim, uma das minhas maiores preocupações era deixar de parecer “eu mesma” depois da cirurgia.

Eu pensava:

“Não quero ficar com um resultado artificial, quero preservar minhas características originais.”

Inclusive, essa é uma dúvida muito comum e válida, querida leitora.

Ninguém quer sair de uma cirurgia plástica parecendo outra pessoa, certo? Por isso, a técnica e a abordagem do cirurgião fazem toda a diferença.

No meu caso, e também nas cirurgias que realizo em minhas pacientes, eu optei por uma técnica mais conservadora, que não invade demais a anatomia natural.

O objetivo é realçar a beleza existente, sem perder completamente as semelhanças familiares.

E posso dizer que o resultado foi um sucesso!

Continuo tendo características que lembram os olhos da minha avó, dos meus filhos… Uma aparência renovada, mas ainda essencialmente “eu”.

Por isso, se essa também é uma preocupação sua, fique tranquila…

Com o cirurgião e a abordagem adequadas, é totalmente possível manter suas feições originais realçadas de forma sutil e natural.

Os Frutos da Minha Decisão Amadurecida

Querida leitora, como você viu, a tomada de decisão sobre realizar ou não uma cirurgia plástica envolve colocar em uma balança tudo o que se ganha e tudo o que se perde.

É sempre uma troca, e só cada um de nós sabe onde “o sapato mais aperta”.

  • Para algumas, a cicatriz pode não ser tão relevante.

  • Para outras, o período de repouso pós-operatório pode ser até bem-vindo.

Cada fator tem um peso diferente de acordo com nossas prioridades e estilo de vida.

No meu caso, depois de alguns anos argumentando comigo mesma sobre a necessidade da blefaroplastia, o desconforto com a aparência cansada começou a pesar muito. Com outras características do envelhecimento se aproximando, essa me pareceu a mais urgente a se tratar.

E hoje, mais de 3 anos depois, ainda colho os frutos da minha decisão amadurecida e tomada no momento certo.

Não tenho mais o temido “olhar cansado”, posso usar minhas maquiagens livremente, a cicatriz praticamente sumiu, e minhas características naturais permanecem intactas.

Nem parece que passei por uma cirurgia — e esse era exatamente o resultado que eu buscava! 😊

Por isso, minha querida, seja qual for o procedimento estético que você tem em mente, reserve um tempo para refletir profundamente.

Reflita sobre seus próprios desejos e medos!

  • Anote todos os seus anseios, mas também os seus receios.

  • Avalie os prós e os contras com sinceridade.

E lembre-se: existem diversas opções e abordagens para deixá-la confiante e realizada com sua aparência, preservando aquilo que é valioso para você.

Como cirurgiã plástica, estou aqui para orientá-la e garantir que seus objetivos sejam alcançados com maestria e segurança.

Conte comigo.

E no próximo domingo, às 18h, te encontro aqui, em uma nova edição da minha e sua newsletter: Faces da Beleza.

Um forte abraço!

Enriquecendo a alma

📚 Livro que estou lendo:
O Poder do Hábito 

🎬 Filme que recomendo:
Casa Gucci

📺 Série que estou acompanhando:
Unbreakable Kimmy Schmidt 

🎧 Podcast que tenho ouvido:
The Diary of a CEO

Quem é a Dra. Luciana Palma

Deixa eu me apresentar a você que chegou aqui agora.

Muito prazer! Sou a Luciana (Lu), cirurgiã plástica especializada em cirurgia das mamas, com mais de 21 anos de experiência na área. Formada pela UFJF em 1993, realizei residência em cirurgia geral e no INCA, no Rio de Janeiro.

Desde 2001, me dedico à Técnica de Mastopexia com cicatriz reduzida em L, buscando resultados estéticos superiores com menor invasividade.

Com mais de 5 mil cirurgias realizadas, sou preceptora de Serviços Credenciados da SBCP e coordeno o Curso Mama em L, compartilhando minha experiência com outros cirurgiões plásticos.

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