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Beleza Sem Cicatrizes: A História Por Trás da Mastopexia em L
Faces da Beleza #002
Querida leitora, quando olhamos para cicatrizes, muitas vezes sentimos uma estranheza instintiva.
É como se nossa mente reconhecesse aquelas marcas como sinais de traumas passados e nos alertasse para evitá-las em nossa própria pele.
No entanto, com sabedoria e empatia, podemos ressignificar as cicatrizes não como defeitos, mas como lembranças de desafios superados. Cada uma delas representa uma jornada única de cura e renovação.
Nesta segunda edição da “Faces da Beleza”, quero compartilhar com você uma história pessoal que moldou minha abordagem às cirurgias plásticas.
Essa jornada me levou a desafiar convenções tradicionais em busca de resultados mais naturais e cicatrizes discretas.
Então, eu te convido a ficar comigo pelas próximas linhas.
Uma Amizade que Abriu Meus Olhos
Ainda estudante de medicina, fui visitar uma amiga que havia realizado recentemente uma cirurgia de redução das mamas. Empolgada, ela me mostrou o resultado, tirando sua blusa e desabotoando o sutiã.
Embora estivesse feliz, eu não pude evitar uma sensação de desconforto ao ver aquelas grandes cicatrizes em forma de T invertido.
Naquele momento, eu ainda não compreendia o profundo alívio que a cirurgia havia trazido para ela, libertando-a do peso e do desconforto das mamas volumosas. As cicatrizes eram apenas a prova de que seu sonho havia se tornado realidade.
Esta experiência plantou em mim uma sementinha de questionamento sobre os métodos tradicionais de cirurgia plástica nas mamas.
Seria possível alcançar os mesmos resultados transformadores, porém com cicatrizes menores e mais discretas?
Uma Tragédia que Transformou Minha Visão
No início da minha vida profissional, eu trabalhava em um hospital bem longe de onde morava, aqui no Rio de Janeiro–RJ.
Dirigia de Botafogo até o bairro de Padre Miguel para operar as pacientes, no dia seguinte para dar alta, e em outro dia ainda, para fazer os atendimentos de primeira vez e revisão.
Até que ficou inviável.
Com dois filhos pequenos, eu ficava muito pouco em casa.
Eu estava precisando de uma auxiliar que me ajudasse pelo menos nas visitas.
Foi então que uma tragédia aconteceu e tudo mudou…
Carlos e Carla eram um jovem casal de médicos na mesma fase da vida que eu.
Ele, cirurgião plástico, e ela, ginecologista, tinham uma filha recém-nascida de apenas 4 meses, Paola.
Em um violento assalto, Carlos perdeu tragicamente a vida, deixando Carla viúva aos 30 anos.
Fiquei profundamente abalada com a situação.
O meu filho João era apenas 6 meses mais velho que Paola.
Eu não conseguia imaginar a dor de Carla em ter de ressignificar sua vida inteira como mãe solo.
Com a reestruturação exigida após a viuvez, a Carla precisou se mudar para uma casa mais próxima do trabalho, no bairro vizinho ao meu hospital.
Por muitos anos, ela havia sido auxiliar cirúrgica do marido, conhecendo todos os procedimentos de cirurgia plástica, apesar de ser ginecologista.
Foi aí que as peças se encaixaram perfeitamente.
Eu precisava de uma auxiliar mais presente e Carla precisava de uma oportunidade de trabalho perto de casa, com boa remuneração, para ajudá-la nesse momento desafiador.
E o convívio com a Carla solidificou minha determinação em buscar uma abordagem mais sutil para as cirurgias mamárias.
Continue lendo para entender tudo.
O Despertar de uma Revolução Sutil
Nas primeiras cirurgias em que trabalhamos juntas, eu optava pelo procedimento padrão da mastopexia com a cicatriz em T invertido.
Até que, em uma dessas cirurgias com uma colega médica, decidi ousar com uma abordagem de cicatriz reduzida em formato de L.
Carla ficou encantada com o resultado mais natural e discreto.
Sua reação me fez refletir:
“Por que você fez essa cicatriz menor nesta paciente e não faz nas outras?”
Sua pergunta simples ecoou profundamente. Minhas justificativas soaram fracas até para mim mesma, como:
“É difícil acomodar tanta pele…
Pode não dar certo…
Não é assim que se faz tradicionalmente.”
Com sabedoria, Carla me fez enxergar o óbvio que eu relutava em ver:
“Sou ginecologista e vejo mamas operadas todos os dias.
Posso te dizer que essas cicatrizes na região do decote nem sempre ficam imperceptíveis”, ela ponderou.
E ainda me disse:
“Vocês, cirurgiões plásticos, estão tão acostumados com elas que as aceitam sem questionar. Mas, na verdade, elas são feias.”
Suas palavras cruas, vindas de fora do círculo tradicional da cirurgia plástica, abriram meus olhos.
Carla continuou:
“Se você conseguiu fazer assim nesta paciente, pode fazer o mesmo com as outras. Eu te ajudo, mesmo que tenhamos que estender um pouco mais o tempo cirúrgico.”
Quebrando Paradigmas pela Beleza mais Natural
Naquele momento, percebi que muitas vezes ficamos tão entrincheirados em nossas rotinas e crenças que nos tornamos cegos às possibilidades de melhoria.
O olhar externo e questionador da ginecologista Carla foi o empurrão que eu precisava para tentar algo novo como cirurgiã plástica.
“Carlos sempre quis aprender a fazer mamas com cicatrizes menores, mas nunca teve a oportunidade”, disse Carla, com um sorriso sereno.
Aquelas palavras selaram meu compromisso de oferecer uma alternativa mais natural e respeitosa à beleza das mamas femininas.
A partir dali, iniciei um árduo processo de aperfeiçoamento da técnica da Mastopexia em L, quebrando o paradigma da necessidade das grandes cicatrizes.
Ano após ano, cirurgia após cirurgia, fui expandindo as indicações e os casos em que poderia aplicar esse método revolucionário.
Hoje, já realizei a Mastopexia em L em mais de 5.000 mulheres, orgulhosa por honrar o legado de um visionário interrompido precocemente.
Carla reconstruiu sua vida e sua família.
Sua filha Paola está prestes a se formar em medicina, seguindo os passos inspiradores dos pais.
E Carlos, onde quer que esteja, pode ter certeza de que sua esposa e sua “cirurgia dos sonhos” continuam impactando vidas de uma forma profunda e bonita.
O Caminho para a Mastopexia em L
Como mencionei anteriormente, mesmo após as experiências esclarecedoras com minha amiga Carla, ainda havia uma cultura muito enraizada de aceitar as grandes cicatrizes em T invertido como um mal necessário nas cirurgias de mama.
Os cirurgiões plásticos eram praticamente doutrinados a não questionar esse procedimento padrão.
O lendário Dr. Ivo Pitanguy tinha uma frase em que era repetida à exaustão:
“Toda mama operada tem a cicatriz que merece”.
Essa mentalidade fechada nos impedia de vislumbrar alternativas melhores.
No entanto, a semente de dúvida já havia sido plantada em mim.
A cada cirurgia que realizava com a abordagem convencional, eu observava atentamente a qualidade da pele da paciente, os mínimos ajustes que poderiam ser feitos e as características que poderiam permitir reduzir as cicatrizes.
Em casos de mamas menores ou com boa frouxidão de pele, comecei a ousar remover a porção medial da cicatriz em T, deixando apenas uma cicatriz vertical e outra na linha inframamária.
E, com isso, os resultados eram promissores, com muito mais discrição.
Fui aos poucos refinando essas técnicas e quebrando mais um dogma: o de que a mastopexia com cicatriz periareolar pura (só ao redor da aréola) jamais seria possível em casos de mamas maiores ou mais pesadas.
Com cuidadosa distribuição da tensão e experiência na suavização dos “bordos de atrito” da pele, descobri que era viável em determinadas situações.
Cada paciente que se transformava diante dos meus olhos, cada sorriso espontâneo de satisfação ao se olhar no espelho, me impulsionava a avançar ainda mais na técnica da Mastopexia em L.
Um detalhe chave era identificar o vetor de projeção ideal para cada mama, posicionando a cicatriz na porção mais interna da prega inframamária para garantir a projeção e evitar o achatamento.
Mais do que simplesmente encurtar cicatrizes, a Mastopexia em L se tornou uma verdadeira filosofia que prioriza resultados naturais, a integridade dos tecidos e a plena satisfação das pacientes.
Os Presentes da Mastopexia em L
Após mais de 20 anos aperfeiçoando esses princípios, hoje me orgulho de dizer que um dos maiores triunfos da Mastopexia em L é proporcionar resultados extremamente naturais e harmoniosos.
Com cicatrizes reduzidas que acompanham os contornos naturais da mama, é muito difícil distinguir se uma paciente passou ou não por cirurgia.
Além disso, essa técnica permite preservar a sensibilidade do complexo aréola-mamilo em mais de 95% dos casos, um feito praticamente impossível com as grandes cicatrizes periareolares.
Ter a sensação intacta é fundamental para a autoconfiança e a plenitude da vida sexual e materna.
Mas os benefícios vão além do aspecto puramente estético:
A Mastopexia em L possibilita uma recuperação muito mais rápida e indolor, já que não envolve a extensa descolagem de pele ao redor de toda a mama.
As pacientes relatam um nível mínimo de inchaço e dor, podendo retomar grande parte das atividades normais em questão de dias.
E com certeza, o prêmio mais gratificante para mim foram os inúmeros depoimentos emocionados que recebi ao longo dos anos.
Depoimentos de mulheres que puderam se olhar no espelho com orgulho, que reconquistaram a autoestima perdida, que voltaram a aproveitar plenamente atividades antes sacrificadas pelo peso e desconforto das mamas.
Não há maior recompensa para uma cirurgiã plástica do que presenciar essas transformações profundas que vão muito além do físico. É o renascimento da autoconfiança, é a reconexão com a essência feminina.
Por isso, me sinto honrada em ser uma das pioneiras da Mastopexia em L no Brasil.
Meu sonho é que, um dia, essa abordagem se torne o novo padrão, permitindo que mais mulheres possam viver vidas plenas e radiantes dentro do próprio corpo.
Sua Jornada de Autoamor
Querida leitora, se após ler este relato você se identificou com os desafios e anseios das pacientes que compartilhei, saiba que não está sozinha.
Cada mulher é única em sua jornada com a beleza e a autoestima.
Meu maior desejo é que você se sinta inspirada a priorizar seu bem-estar físico e emocional.
Celebre as vitórias que a trouxeram até aqui, mas não tenha medo de buscar maneiras de se reconectar plenamente com o seu eu mais vibrante.
Se os incômodos com a aparência ou formato das suas mamas te impedem de viver com plenitude, não hesite em explorar possibilidades seguras e eticamente conduzidas por profissionais qualificados.
Um primeiro passo pode ser simplesmente agendar uma consulta para exposição de dúvidas e avaliação individualizada das suas necessidades, sem compromisso.
Recomendo fortemente que busque por referências na área e não tenha receios em fazer perguntas.
Acima de tudo, lembre-se: seu corpo pertence unicamente a você.
É seu lar, seu templo, sua maior expressão no mundo.
Por isso, você merece se sentir plena, confiante e radiante dentro dele.
Eu e muitos outros profissionais estamos aqui para guiar e apoiar você nessa renovação. Mas a decisão é (e deve ser sempre) apenas sua.
Abrace esse poder incondicional de autoamor!
Marcas de Coragem
Ao refletir sobre essa jornada de mais de 20 anos aperfeiçoando a técnica da Mastopexia em L, fica evidente que as maiores revoluções começam com um “e se tiver outra maneira de fazer isso?”
Foi a coragem de questionar convenções enraizadas, de arriscar caminhos ainda não trilhados, que me permitiu oferecer essa abordagem transformadora a milhares de pacientes.
As tão temidas cicatrizes deixaram de ser motivo de vergonha para se tornarem insígnias de renascimento.
Hoje, essas marcas representam a força de encarar desafios, celebrar a própria essência e se permitir brilhar sem reservas.
Todas nós, mulheres, compartilhamos essa capacidade inata de nos reinventarmos ao longo da vida.
Por isso, finalizo esta edição de nossa newsletter com um convite: desafie o que parece imutável.
Em cada passo dessa jornada de autoconhecimento e amor-próprio, você pode inspirar outras mulheres a também se erguerem mais vibrantes e mais plenas do que nunca.
No mais, conte comigo, sempre.
Te espero na próxima edição, que sairá no próximo domingo, às 18h.
Enriquecendo a alma
📚 Livro que estou lendo:
O Perfume
🎬 Filme que recomendo:
DivertidaMente 2
📺 Série que estou acompanhando:
Physical
🎧 Podcast que tenho ouvido:
Michael Singer Podcast
🛫 Viagem que me marcou:
Califórnia, EUA – 2023
Quem é a Dra. Luciana Palma
Deixa eu me apresentar a você que chegou aqui agora.
Muito prazer! Sou a Luciana (Lu), cirurgiã plástica especializada em cirurgia das mamas, com mais de 21 anos de experiência na área. Formada pela UFJF em 1993, realizei residência em cirurgia geral e no INCA, no Rio de Janeiro.
Desde 2001, me dedico à Técnica de Mastopexia com cicatriz reduzida em L, buscando resultados estéticos superiores com menor invasividade.
Com mais de 5 mil cirurgias realizadas, sou preceptora de Serviços Credenciados da SBCP e coordeno o Curso Mama em L, compartilhando minha experiência com outros cirurgiões plásticos.
Para agendar uma consulta, te convido a clicar aqui.
Dra. Luciana Palma: RJ CRM 5258334-2 | RQE 17595
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