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Gigantomastia: Quando a Redução de Mamas Transforma Vidas

Faces da Beleza #021

Faces da Beleza #021

Querida leitora,

Nesta semana, um assunto ganhou destaque nas manchetes e redes sociais, despertando a curiosidade de muitas pessoas: as doenças raras.

Em particular, o caso de uma jovem que se submeteu a uma cirurgia plástica para tratar uma condição rara chamou a atenção.

Ela sofria de um crescimento súbito e excessivo das mamas, que aumentavam cerca de 750 gramas por mês no último ano. A cirurgia resultou na remoção de impressionantes 10 quilos de tecido mamário no total.

Essa notícia me fez refletir sobre o impacto profundo que a redução das mamas pode ter na vida de uma pessoa.

Afinal, a jovem da reportagem tinha uma condição conhecida como gigantomastia, que é bem diferente de simplesmente ter seios grandes ou caídos.

O termo gigantomastia se refere a casos em que a cirurgia consegue remover pelo menos 1 quilo de cada mama — um volume considerável, especialmente em proporção ao tamanho total do corpo da paciente.

Geralmente, esse tipo de cirurgia tem um efeito ainda mais transformador em mulheres mais magras.

Ao longo da minha carreira, tive o privilégio de ajudar pacientes com gigantomastia a recuperarem sua qualidade de vida.

Hoje, quero compartilhar com você uma dessas histórias que ficaram marcadas na minha memória e no meu coração.

É a jornada de Fabiana, uma mulher determinada que me ensinou muito sobre força, resiliência e a importância da empatia na medicina.

Tenho certeza de que a trajetória dela vai tocar você tanto quanto me tocou.

Continue lendo.

De Prisioneira do Próprio Corpo a Dona da Sua Autoestima

Fabiana entrou na minha vida de uma forma inesperada.

Em 2021, durante o curso que administrei sobre cirurgia de mama, alguns colegas médicos solicitaram que incluísse como pacientes-modelo mulheres com diferentes graus de deformidades mamárias.

Contudo, em todas as edições, pelo menos uma das quatro cirurgias realizadas destinava-se ao tratamento de gigantomastia.

A notícia de que uma cirurgia seria realizada gratuitamente se espalhou rapidamente, mas sempre escolhi as pacientes com base em pedidos e indicações de colegas que já conheciam as histórias delas e os objetivos do ensino.

No entanto, uma mulher me procurou de maneira especial e eu decidi atendê-la. Ela trabalhava como auxiliar em um hospital particular na zona sul do Rio de Janeiro.

Certa vez, enquanto aguardava para iniciar uma cirurgia, a funcionária se aproximou, uniformizada como eu, e sentou-se ao meu lado.

Lembro-me claramente de seu gesto, quando ela se agachou e disse:

“Eu gostaria de falar com a senhora. A senhora me aceita como paciente-modelo para a próxima edição do curso?”

Era a segunda vez que ela fazia esse pedido.

Na edição anterior, as vagas já estavam preenchidas e eu não consegui incluir ela.

Desta vez, porém, eu precisava de uma paciente com gigantomastia para a ÚLTIMA vaga do curso. Fiquei surpresa ao ver seus olhos se encherem de lágrimas quando eu confirmei que a operaria, desde que ela providenciasse os exames necessários.

Através do uniforme, percebi que suas mamas eram grandes, mas não a ponto de justificar um desespero por cirurgia.

Alguma peça do quebra-cabeça estava faltando.

Muitas mulheres lidam com traumas relacionados a seus corpos e enxergam características comuns como defeitos, frequentemente devido a experiências de bullying na infância.

Eu suspeitava que Fabiana era um desses casos: mamas grandes, sim, mas nada exagerado.

Quando ela trouxe os exames ao meu consultório, agendamos uma consulta formal, não uma abordagem casual nos corredores.

Realizamos uma anamnese detalhada, exame clínico e o planejamento cirúrgico. Após cumprir todas as etapas, chegou o momento do exame físico.

Fabiana usava uma camisa leve, branca com estampas pretas, que era curta e flutuava na cintura, sem tocar no cós da calça. Ao retirar a blusa para o exame, compreendi a razão de seu desconforto e ansiedade em operar.

Abaixo da camisa, ela vestia um top de ginástica que mal cobria suas mamas, e um sutiã gigante que acomodava as partes que não cabiam no top.

Suas mamas, então, eram empurradas para baixo da axila e do abdômen, sendo reduzidas ao máximo em volume. Era uma verdadeira armadura de panos que comprimia e escondia.

Ali, percebi o quanto a cirurgia representava para Fabiana a chance de se libertar dessa prisão diária e reconquistar sua autoestima.

Ela sonhava em usar roupas que valorizassem seu corpo, sem precisar se esconder. Mais do que um procedimento estético, a redução das mamas seria um divisor de águas em sua vida.

Fabiana confiou em mim para realizar essa transformação, e fiz questão de retribuir esse voto de confiança.

No dia da cirurgia, removi 2 quilos de tecido de cada mama — um volume menor do que o caso da jovem que viralizou, mas igualmente impactante para a paciente em questão.

O resultado foi libertador para Fabiana, tanto física quanto emocionalmente. Era como se ela tivesse se reencontrado depois de anos se escondendo.

A trajetória de Fabiana me marcou profundamente e reafirmou meu propósito como cirurgiã plástica.

Mais do que moldar corpos, nós temos o poder de reconstruir vidas e devolver a autoestima perdida.

Cada sorriso de gratidão de uma paciente vale mais do que qualquer recompensa financeira.

Antes x Depois (o sorriso diz tudo!)

Muito Além da Estética

Casos como o de Fabiana reforçam o poder transformador da cirurgia plástica.

Mais do que uma questão estética, procedimentos como a redução de mamas podem ter um impacto profundo na qualidade de vida das pacientes.

Talvez você esteja enfrentando desafios semelhantes, seja com gigantomastia ou outras condições que afetam a autoestima e o bem-estar.

Mas, quero que saiba que você NÃO está sozinha!

Existem soluções e profissionais capacitados para ajudá-la a se reconectar com sua beleza e confiança interior.

Se você está considerando uma cirurgia plástica, seja para fins estéticos ou de saúde, meu conselho é: pesquise muito e escolha um cirurgião qualificado.

Não tenha medo de fazer perguntas e expressar suas preocupações durante as consultas. Um bom profissional estará sempre disposto a te ouvir e esclarecer todas as dúvidas.

Lembre-se de que a beleza vai muito além da aparência física. Ela vem da força interior, da coragem de enfrentar desafios e do amor-próprio.

Conte sempre comigo.

Com carinho,

Dra. Luciana Palma (Lu) 🤍

Enriquecendo a alma

📚 Livro que estou lendo:
A vida invisível de Eurídice Gusmão por Martha Batalha

🎬 Filme que recomendo:
A Vida Invisível 

📺 Série que estou acompanhando:
Disclaimer, na Apple TV

🎧 O que tenho ouvido:
Missed Fortune

Quem é a Dra. Luciana Palma

Deixa eu me apresentar a você que chegou aqui agora.

Muito prazer! Sou a Luciana (Lu), cirurgiã plástica especializada em cirurgia das mamas, com mais de 23 anos de experiência na área. Formada pela UFJF em 1993, realizei residência em cirurgia geral e no INCA, no Rio de Janeiro.

Desde 2001, me dedico à Técnica de Mastopexia com cicatriz reduzida em L, buscando resultados estéticos superiores com menor invasividade.

Com mais de 5 mil cirurgias realizadas, sou preceptora de Serviços Credenciados da SBCP e coordeno o Curso Mama em L, compartilhando minha experiência com outros cirurgiões plásticos.

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