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🎄 Memórias de Natal: um tesouro que une gerações

Faces da Beleza #027

Escrevo esta newsletter aqui em Leopoldina, minha terra Natal.

Apesar de ter saído daqui há bastante tempo, o lugar onde passei minha infância é uma lembrança muito forte, se mistura com minha raiz.

Viemos passar um final de semana com meus pais e irmãs, dividindo as festas do final do ano com a família do meu marido. A noite do Natal será no Rio de Janeiro.

As festas de final do ano sempre significaram esforços para estarmos todos juntos.

Fazendo uma retrospectiva dos meus Natais, tenho um mix de lembranças que trazem sentimentos com saldo positivo.

Estamos reunidos em 10 pessoas, vamos ouvir o que foi o Natal mais significativo de cada um?

As memórias de Natal pela visão de cada membro da família

Valter, 57 anos, se lembra de como, aos 12 anos, viajava com toda a família para Jaú, os 4 filhos espremidos no banco de traseiro do carro em uma viagem de 9 horas.

Lá, em uma casa italiana, com muitos tios e primos, o Papai Noel profissional que atendia toda a cidade foi chamado para entregar os presentes aos primos mais novos.

A cena de admiração pela alegria e surpresa dos pequenos fez com que Valter desejasse muito proporcionar esta mesma experiência para seus filhos, se fantasiando de Papai Noel até ser desmascarado por um deles.

Maria Helena, 84 anos, minha mãe, se emociona ao contar que, há 75 anos, em uma Leopoldina ainda menor e com pouquíssimo comércio, havia uma única loja maior, como um bazar, que pela primeira vez chamou um Papai Noel.

Ela pediu a boneca da vitrine, mas obviamente não foi atendida.

Apesar de muito católica, a cultura da ceia de Natal ainda não havia chegado à sua família. Ela se lembra de ter ganhado uma garrafa de guaraná e uma roupa.

Frederico, 53 anos, namorado da minha irmã, compartilhou uma história tocante.

Há 15 anos, seu irmão mais velho, Paulinho, então com 36 anos, lutava contra uma leucemia em seus últimos dias.

Seu pedido de Natal foi que toda a família passasse junto a noite do dia 24. Neste dia, todas as desavenças entre os irmãos e os pais separados foram esquecidas.

Eles cearam o que Paulinho desejava: picanha, comprada por Frederico em Campos, substituindo todos os pratos típicos. Paulinho saboreava, ainda que não conseguisse engolir.

No dia 8 de janeiro, Frederico se despediu definitivamente do irmão.

Mariza, 52 anos, minha irmã mais nova, se lembra de quando passávamos o Natal na casa da tia Isa, aqui em Leopoldina.

Enquanto estávamos lá, nosso pai e nossa irmã mais velha vinham até nossa casa e faziam um cenário como se o Papai Noel tivesse passado.

Ao chegarmos, Mariza viu da varanda um copo e prato usados pelo bom velhinho e ficou muito feliz. Ao entrar, descobriu que seu presente era a bicicleta Monark da nossa irmã mais velha, toda limpinha e recauchutada.

Seus sentimentos em relação ao Papai Noel nunca mais foram os mesmos.

Romeu, 84 anos, meu pai, filho de um açougueiro e de uma exímia cozinheira, lembra do Natal como uma época de mais trabalho nas entregas de carne para os clientes em Nova Friburgo.

Em sua família com 4 irmãos, a tradição dos presentes existia de maneira simples: cada filho (2 meninos e 2 meninas) colocava um sapato com um bilhete aos pés da cama de Alpheu e Zezé, o quarto mais perto da rua.

Ao amanhecer, encontravam suas lembrancinhas, que, segundo ele, nunca eram o que tinha pedido.

Márcia, 56 anos, minha irmã mais velha, não se lembra tanto da ceia em si, mas do almoço do dia seguinte, quando os 4 filhos da minha avó traziam suas famílias.

Era muita gente em uma casa pequena, de beira de rua, com um quintal ocupado por um fogão a lenha, onde eram feitos pernil assado, pudins e o empadão da tia Isa.

O pudim de leite condensado e de queijo, o preferido do meu pai. A macarronada da minha tia Lourdinha, o frango assado da minha mãe e o empadão da tia Isa.

Era o momento em que todos se encontravam, primos de diferentes gerações, com tanta comida que voltávamos para jantar depois da missa.

João, 24 anos, meu filho mais velho, lembra de ver o Papai Noel descendo de uma escada no jardim de inverno da casa do tio Mauro, no Recreio, bairro do Rio de Janeiro.

O pai se fantasiava com uma roupa comprada no Saara, muitas almofadas nas costas e na barriga, suando muito e falando com uma voz diferente para que os 6 primos não descobrissem.

Eram tantos presentes que a sala ficava abarrotada de papéis e sacolas. Outros tempos, outra cultura.

Hannah, 20 anos, namorada do meu filho, é de família judia e não celebra o Natal. Mas sua avó materna, católica, a trazia para uma comemoração discreta.

Morando em Juiz de Fora, a lembrança de Hannah tem pouco a ver com o menino Jesus: ela se lembra do parque Halfeld enfeitado com duendes escondidos, que faziam sua alegria em dezembro.

Por fim, Gabriel, 21 anos, meu filho mais novo, se lembra de uma noite específica em que confiou plenamente em mim quando perguntou onde estava seu pai às 23h30.

Eu disse que o pai tinha ido comprar pão e ele acreditou, enquanto Valter, na verdade, estava no quarto se trocando para a chegada do Papai Noel.

Reflexão de memórias compartilhadas

Ouvindo essas histórias, fico impressionada com a diversidade de experiências e, ao mesmo tempo, com a semelhança dos sentimentos.

Apesar de serem lembranças de épocas, lugares e circunstâncias diferentes, todas têm em comum o sentimento de união e amor familiar.

É interessante notar como as tradições de Natal foram se transformando ao longo das gerações.

Desde a simplicidade da infância dos meus pais, com presentes colocados nos sapatos, passando pela minha própria infância, com a expectativa em torno da ceia e da chegada do Papai Noel, até as lembranças dos meus filhos, com celebrações mais elaboradas e cheias de presentes.

Mas o espírito da data permanece o mesmo: a vontade de estar junto, de celebrar o amor e a gratidão pela família.

E isso fica claro em histórias como a do Frederico, que mesmo em um momento de dor e iminência de uma perda, encontrou conforto e alegria na união familiar.

Ouvir essas memórias me faz refletir sobre a importância de cultivar e valorizar esses momentos em família. No dia a dia corrido, muitas vezes nos esquecemos de parar e apreciar a companhia daqueles que amamos.

O Natal, assim como outras datas festivas, nos dá essa oportunidade de nos reconectarmos, de criarmos novas memórias e de celebrarmos as antigas.

Afinal, são essas lembranças afetivas que carregamos conosco ao longo da vida, que nos aquecem o coração e nos dão a sensação de pertencimento. São elas que, no futuro, contaremos aos nossos netos, mantendo viva a história da nossa família.

Por fim, minha mensagem final

E assim, querida leitora, chegamos ao fim desta newsletter especial de Natal. 

Espero que as memórias compartilhadas aqui tenham tocado seu coração e despertado suas próprias lembranças afetivas desta época do ano.

Afinal, as memórias são um tesouro que carregamos conosco, uma parte essencial de quem somos. Elas nos conectam às nossas raízes, à nossa história familiar e aos momentos mais significativos das nossas vidas.

Neste Natal, em meio a todos os preparativos e celebrações, convido você a dedicar um tempo para revisitar suas próprias memórias.

Relembre os Natais da sua infância, os presentes inesquecíveis, as pessoas queridas que já se foram, os momentos de alegria e emoção compartilhados com aqueles que você ama.

E, mais importante ainda, aproveite este tempo para criar novas memórias. Esteja presente de corpo e alma nos encontros familiares, abrace forte seus entes queridos, registre os momentos especiais não só em fotos, mas também em seu coração.

Desejo a você e a sua família um Natal repleto de amor, gratidão e novas memórias a serem criadas e celebradas no futuro.

Que a magia desta data nos lembre da importância de cultivar e valorizar nossos laços afetivos, não só no Natal, mas em todos os dias do ano.

Um grande abraço e Feliz Natal!

Com carinho,

Dra. Luciana Palma (Lu) 🤍

Enriquecendo a alma

📚 Livro que estou lendo:
Mau Hábito por Alana Portero

🎬 Filme que recomendo:
Como vender a lua

🎬 Série que estou assistindo:
Gotas Divinas

🎧 O que tenho ouvido:
The Truth

Quem é a Dra. Luciana Palma

Deixa eu me apresentar a você que chegou aqui agora.

Muito prazer! Sou a Luciana (Lu), cirurgiã plástica especializada em cirurgia das mamas, com mais de 23 anos de experiência na área. Formada pela UFJF em 1993, realizei residência em cirurgia geral e no INCA, no Rio de Janeiro.

Desde 2001, me dedico à Técnica de Mastopexia com cicatriz reduzida em L, buscando resultados estéticos superiores com menor invasividade.

Com mais de 5 mil cirurgias realizadas, sou preceptora de Serviços Credenciados da SBCP e coordeno o Curso Mama em L, compartilhando minha experiência com outros cirurgiões plásticos.

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