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Por que é tão difícil celebrar conquistas alheias?

Faces da Beleza #024

O que o futebol nos ensina sobre amizade verdadeira?

Querida leitora,

Ontem foi um dia marcante para os amantes do futebol: a final da Libertadores, em que Botafogo e Atlético Mineiro disputaram o tão desejado título.

Embora eu não seja uma grande fã do esporte, a paixão que meus familiares nutrem pelas competições sempre me envolve.

Meu pai, um torcedor fervoroso do Fluminense, nos educou, a mim e minhas irmãs, assistindo juntos a vitórias e derrotas do nosso time. Essa experiência moldou não apenas nossa relação com o futebol, mas também a forma como lidamos com a amizade e a rivalidade.

A devoção do meu pai pelo Fluminense é imensa. Quando meu primeiro filho, João, nasceu, ele pediu licença ao meu marido para "educar" o neto como um tricolor. Ele sonhava em ter o neto torcendo ao seu lado, criando uma continuidade da tradição familiar.

Meu marido, generoso e compreensivo, não se opôs a esse desejo.

Essa escolha não foi uma demonstração de desamor ao futebol, mas um reconhecimento da importância que essa ligação tinha para meu pai.

Naquela época, eu imaginava que seu próprio time, o Botafogo, não o inspirava a educar um botafoguense. Hoje, com a ascensão do Glorioso, talvez essa decisão tivesse sido mais difícil.

Assim, posso afirmar que a nossa casa é tricolor. Eu e meus filhos somos torcedores do Fluminense, mas ontem vivenciamos uma situação interessante: torcemos pelo Botafogo na final da Copa Libertadores.

Essa decisão não apenas trouxe à tona a emoção do jogo, mas também as nuances das amizades que se formam em torno do futebol, revelando como a nossa devoção a um time pode se misturar com a lealdade aos amigos.

Às 17 horas, o sofá da sala estava abarrotado. Amigos dos meus filhos, torcedores do Flamengo e do Vasco, vieram prestigiar o jogo tão importante para o "Tio Valter", mesmo que não estivessem torcendo pela vitória do Botafogo.

Foi curioso observar como a competição transformou a dinâmica entre eles, criando uma atmosfera de rivalidade e camaradagem.

O futebol, nesse contexto, se tornou um catalisador de emoções, unindo e dividindo ao mesmo tempo.

Uma pessoa em especial me chamou atenção na torcida: M., um amigo de infância do meu marido, entrou na nossa casa com um brilho nos olhos que só os apaixonados por futebol têm.

Quando eu abri a porta pra ele, já ouvi a declaração de que estaria neutro na torcida. O que já significava bastante, visto que ele é um flamenguista doente. Com o passar do jogo, percebi que essa neutralidade foi se dissipando.

Com a emoção do meu marido aumentando a cada minuto, M. foi se soltando cada vez mais em sorrisos e comentários. Dava pra ver que sua alegria em ver o amigo feliz superava a vontade de ter o amigo em uma posição de perdedor.

Contrastando com isso, J., amigo do meu filho, parecia mais triste e inconformado à medida que a vitória do Botafogo ia se confirmando.

Isso me fez pensar em como as reações às vitórias e derrotas são diversas e como, muitas vezes, elas refletem o próprio estado emocional de cada um.

Sabe aquele momento em que um evento aparentemente comum revela verdades profundas sobre nós mesmos?

Entre gritos, abraços e suspiros de tensão, percebi como o futebol tem esse poder único de expor nossas verdadeiras cores — não as das camisas que vestimos, mas as das nossas emoções mais genuínas.

Imagine a cena: uma sala cheia de torcedores de times diferentes, unidos pela amizade, mas divididos pela paixão ao futebol.

Alguns conseguindo torcer pela felicidade do amigo, outros lutando internamente com seus próprios sentimentos de rivalidade.

Não é fascinante como essas situações nos fazem questionar a profundidade das nossas conexões?

E você, já se pegou refletindo sobre como reage ao sucesso dos outros? Seja sincera comigo: é mais fácil estar presente nas derrotas ou nas vitórias de quem você ama?

A delicada arte de celebrar o sucesso alheio

Existe algo curioso sobre a natureza humana que se revela especialmente em momentos de vitória alheia.

Por que será que nos é tão natural oferecer um ombro amigo na derrota, mas tão desafiador bater palmas sinceras na vitória?

Ontem, observei duas cenas que ilustram perfeitamente esse contraste.

De um lado, estava M., um flamenguista roxo que, aos poucos, foi se permitindo sorrir com a felicidade do amigo botafoguense.

Do outro, J., que parecia carregar o peso do mundo a cada momento que a vitória do outro time se aproximava.

Não julgo J. — afinal, quem nunca sentiu aquele aperto no peito ao ver alguém conquistando algo que também desejamos?

É como se o sucesso do outro de alguma forma diminuísse nossas próprias conquistas ou evidenciasse nossas inseguranças.

Mas a atitude de M. nos ensina algo precioso: a verdadeira amizade transcende rivalidades. Ela nos permite encontrar alegria genuína na felicidade do outro, mesmo quando isso vai contra nossos desejos iniciais.

No fundo, a natureza competitiva do futebol revela algo mais profundo sobre as relações humanas.

O espelho incômodo das nossas inseguranças

Sabe aquele momento em que você se pega comparando sua vida com a dos outros?

Pois é, a comparação é como uma sombra silenciosa que nos acompanha, às vezes sussurrando, outras vezes gritando em nossos ouvidos.

Quando me deparo com sentimentos de inveja - sim, vamos chamar pelo nome próprio — sempre faço três perguntas poderosas a mim mesma:

  • Por que eu também quero aquilo que invejo?

  • Por que acredito não ser capaz de conseguir também?

  • Com quem realmente estou me comparando?

É interessante como essas perguntas simples podem desvendar camadas profundas das nossas inseguranças.

Muitas vezes, descobrimos que não é bem o sucesso do outro que nos incomoda, mas sim nossas próprias expectativas não realizadas.

A comparação é natural. Ela faz parte da nossa natureza humana.

O segredo está em transformá-la de veneno em remédio — de algo que nos paralisa em algo que nos impulsiona.

Transformando comparação em inspiração

Já que identificamos o “problema”, que tal conversarmos sobre soluções práticas?

Aqui estão algumas ferramentas que venho desenvolvendo ao longo dos anos para lidar com esses sentimentos de forma mais saudável:

1. Pratique a curiosidade empática

Quando sentir aquele “aperto” ao ver o sucesso de alguém, transforme o “por que ela e não eu?” em “como ela conseguiu isso?”. A curiosidade genuína tem um poder incrível de substituir a inveja por aprendizado.

2. Cultive seu próprio jardim

Lembre-se: enquanto você está ocupada comparando seu bastidor com o palco dos outros, seu próprio jardim precisa de cuidados. Foque sua energia no seu crescimento.

3. Celebre pequenas vitórias

Crie o hábito de reconhecer e celebrar seus próprios progressos, por menores que pareçam. Isso fortalece sua autoconfiança e diminui a necessidade de validação externa.

4. Faça um “detox” de comparações

Se necessário, dê um tempo das redes sociais ou de ambientes que intensificam suas comparações. Às vezes, precisamos de silêncio para ouvir nossa própria voz.

5. Transforme inveja em inspiração

Use o sucesso alheio como prova de que é possível. Se alguém conseguiu, isso significa que existe um caminho — talvez não o mesmo, mas um caminho único seu.

O verdadeiro troféu está na jornada compartilhada

Valter e seu amigo flamenguista + sala abarrotada + título inédito do Botafogo

Assim como um jogo de futebol não se resume ao placar final, nossas vidas NÃO podem ser medidas apenas por conquistas isoladas.

A verdadeira vitória está na capacidade de crescermos juntos, celebrando não apenas nossos momentos de glória, mas também os dos outros.

Quando aprendemos a ver o sucesso alheio não como uma ameaça, mas como uma prova de que os sonhos são possíveis, abrimos espaço para algo extraordinário: relacionamentos mais profundos e autênticos.

Nesta semana, te convido a um exercício especial:

Observe seus sentimentos quando alguém próximo compartilhar uma conquista. 

Não julgue suas emoções — apenas as reconheça. E então, gentilmente, permita-se sentir uma alegria genuína pela felicidade do outro.

Afinal, como o futebol nos ensina tão bem, a vida é mais rica quando temos com quem compartilhar tanto as vitórias quanto as derrotas.

Com carinho,

Dra. Luciana Palma (Lu) 🤍

Enriquecendo a alma

📚 Livro que estou lendo:
A Casa Holandesa por Ann Patchett

🎬 Filme que recomendo:
As Crônicas de Nárnia

🎧 O que tenho ouvido:
The Diary of a CEO, com o convidado Dr. K.

Quem é a Dra. Luciana Palma

Deixa eu me apresentar a você que chegou aqui agora.

Muito prazer! Sou a Luciana (Lu), cirurgiã plástica especializada em cirurgia das mamas, com mais de 23 anos de experiência na área. Formada pela UFJF em 1993, realizei residência em cirurgia geral e no INCA, no Rio de Janeiro.

Desde 2001, me dedico à Técnica de Mastopexia com cicatriz reduzida em L, buscando resultados estéticos superiores com menor invasividade.

Com mais de 5 mil cirurgias realizadas, sou preceptora de Serviços Credenciados da SBCP e coordeno o Curso Mama em L, compartilhando minha experiência com outros cirurgiões plásticos.

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