- Faces da Beleza
- Posts
- Redescobrindo a beleza do que nos é familiar
Redescobrindo a beleza do que nos é familiar
Faces da Beleza #039

Olá, querida leitora!
Semana passada, no feriado da Semana Santa, refleti muito sobre a importância de dar valor ao que temos como garantido na vida.
Culturalmente, esse não é um comportamento muito natural.
A certeza e facilidade de termos acesso a algumas coisas e lugares nos faz deixar de apreciar a beleza que está bem diante dos nossos olhos, porque acabamos deixando para tomar decisões e até fazer visitas em um momento mais oportuno, o “momento certo” — que pode nunca chegar.
Foi com esse espírito que decidi passar o feriado na minha cidade natal, Leopoldina. Apesar de ter crescido lá, percebi que há muito tempo não a via com olhos de quem realmente a valoriza.
Então, desta vez, me tornei uma turista.
Uma turista na minha própria história

Leopoldina, a princesa da Zona da Mata.
Há muito tempo tenho trocado o sentimento de me sentir em casa lá por memórias de como era a cidade antigamente.
Lembro de passar pelas ruas e reconhecer cada velha casa nelas, e seus donos. Agora, essas lembranças foram substituídas por prédios e uma ausência de fisionomias conhecidas.
Talvez por isso, desta vez, me senti uma completa turista.
Estávamos em um grupo grande com cariocas visitando essa cidade do interior e, por isso, fizemos os programas mais tradicionais de Leopoldina.
Neste feriado, diversos grupos de motoclubes do Brasil inteiro ficam por lá e o prefeito, abraçando a fama de cidade roqueira, contratou várias bandas de rock para se revezarem no palco da praça principal.
Convenci meus filhos e suas namoradas a me acompanharem para apreciarem a energia daquele evento junto comigo.
Senti que eles, tão acostumados com shows de grandes artistas, precisavam viver a experiência de estacionar o carro na rua transversal, caminhar até a praça e ficar bem pertinho do palco.
Ouvindo bandas que se esforçavam para entregar o seu melhor, superando as limitações de som e a diversidade do público — a entrega era 100%.
Naquele momento, percebi como nossa percepção pode mudar quando nos permitimos vivenciar algo com a mente aberta — sem as amarras das memórias antigas ou das comparações.
Foi como se eu estivesse redescobrindo minha própria cidade.

No dia seguinte, decidi levar meus filhos a um dos meus programas favoritos: apreciar o pôr do sol no alto do Morro do Cruzeiro, onde estão instaladas as torres de comunicação da região.
Muitas vezes, subimos lá bem cedo para treinar com a temperatura mais amena e sentir o vento que sopra por ali. Mas ir à tarde, especialmente para ver o pôr do sol, é um espetáculo à parte que, pela preguiça pós-almoço, acabamos deixando para depois.
Desta vez, no entanto, não quisemos desperdiçar a oportunidade. E fomos recompensados com uma luz linda e um espetáculo silencioso, compartilhado por vários outros turistas que, como nós, admiravam a pequena cidade lá embaixo.
Ali, naquele instante mágico, entendi a importância de estar presente e valorizar as belezas que nos cercam.
Quantas vezes adiamos momentos especiais como esse, por conta da correria do dia a dia ou da familiaridade que nos faz acreditar que sempre haverá uma próxima vez?
A Cachoeira da Poeira D'Água

No último dia da viagem, decidi levar meus filhos para conhecer a Cachoeira da Poeira D'Água, no distrito de Piacatuba.
Minha lembrança desse lugar era de uma cachoeira distante, acessível apenas por uma estrada de terra complicada. O volume de água era imenso e, na época, questionei o que levava tantos colegas a indicarem esse passeio.
Mas, desta vez, aproveitando a empolgação dos mais jovens em dirigir, e resolvi encarar a aventura. Que feliz surpresa!
O que eu havia adiado por tanto tempo, baseada em uma recordação de quase 30 anos, se revelou uma experiência incrível.
A estrada não pareceu nada longa quando com mais 4 jovens no carro conversando e ouvindo música. Em um piscar de olhos, percorremos 42 km.
Ao chegarmos, encontramos poucas famílias aproveitando o gramado que emoldura uma linda queda d'água. O volume era grande como eu lembrava, mas havia pocinhos agradáveis para um mergulho refrescante.

Um lugar delicioso para sentir a tal "poeira d'água" que dá nome à cachoeira — uma pedra gigante que aquece o corpo depois daquele mergulho gelado.
Enquanto os observava, como se ainda fossem crianças, fiquei pensando em como nós criamos resistências ao longo da vida quando nos tornamos adultos.
Refleti como na vida profissional, muita vezes, também deixamos de revisitar lugares e ideias por conta de preconceitos que já não se encaixam mais.
Ali, naquela cachoeira, dessa vez nova para mim, entendi como é poderoso se permitir ter novas experiências, de nos entregar sem medo e sentir uma sensação única de total entrega.
No consultório, é comum eu receber pacientes que adiaram por anos o cuidado consigo mesmas. Assim como aquela cachoeira que sempre esteve lá, a possibilidade de transformação também está sempre ao alcance, mas criamos justificativas para o adiamento.
"Quando os meus filhos crescerem"…
"Quando a minha situação financeira melhorar"…
"Quando eu tiver mais tempo"…
E, assim, deixamos passar momentos que poderiam ser de profunda reconexão com nós mesmas.
Em um mundo que valoriza o extraordinário, o exclusivo, o raro, talvez nossa maior riqueza esteja justamente naquilo que temos como garantido: nossas raízes, nossas tradições, os sabores e paisagens que formaram nossa identidade.
Um novo olhar sobre si
Voltamos para casa com mais do que lembranças, voltamos com uma nova forma de olhar para o familiar, de valorizar o que sempre esteve ali.
Afinal, não é isso que buscamos quando decidimos por uma transformação estética?
Um novo olhar sobre nós mesmas, uma reconciliação com nossa imagem, uma redescoberta de quem somos?
Essa viagem me mostrou que, às vezes, precisamos nos tornar turistas em nossa própria história para enxergar a beleza que sempre esteve lá.
E que os olhos de criança, como os que meus filhos me emprestaram naquele fim de semana, são talvez o filtro mais poderoso para percebermos a verdadeira beleza do mundo — aquela que não depende de perfeição, mas de presença, de entrega, de abertura para o espanto e a descoberta.
Querida leitora,
Espero que essa reflexão que tive no feriado passado tenha te inspirado a olhar para sua própria história com mais carinho e atenção.
Que tal aproveitar a nova semana que se inicia para se desafiar a ser turista na própria vida, revisitando lugares, pessoas e até mesmo aspectos de si mesma com um olhar novo, curioso e cheio de entrega?
No meu trabalho como cirurgiã plástica, tenho o privilégio de acompanhar mulheres nessa jornada de reconciliação com a própria imagem. E posso te dizer, com toda a certeza, que a maior transformação acontece quando nos entregamos de corpo e alma a esse processo, quando nos permitimos enxergar nossa própria luz.
Tenho certeza de que você vai se surpreender com a beleza que vai encontrar.
Nos vemos na próxima semana.
Com carinho,
Dra. Luciana Palma (Lu) 🤍
Enriquecendo a alma
📚 Livro que estou lendo:
O Idiota por Dostoiévski
🎬 Filme que recomendo:
O Brutalista
🎬 Série que estou assistindo:
Adolescência
🎧 O que tenho ouvido:
Michael Singer Podcast
Quem é a Dra. Luciana Palma

Deixa eu me apresentar a você que chegou aqui agora.
Muito prazer! Sou a Luciana (Lu), cirurgiã plástica especializada em cirurgia das mamas, com mais de 23 anos de experiência na área. Formada pela UFJF em 1993, realizei residência em cirurgia geral e no INCA, no Rio de Janeiro.
Desde 2001, me dedico à Técnica de Mastopexia com cicatriz reduzida em L, buscando resultados estéticos superiores com menor invasividade.
Com mais de 5 mil cirurgias realizadas, sou preceptora de Serviços Credenciados da SBCP e coordeno o Curso Mama em L, compartilhando minha experiência com outros cirurgiões plásticos.
Para agendar uma consulta, te convido a clicar aqui.
Dra. Luciana Palma: RJ CRM 5258334-2 | RQE 17595
Como você avalia a newsletter de hoje?Seu comentário sobre a newsletter de hoje é extremamente valioso para mim. Sua opinião é meu melhor presente. |
Faça Login ou Inscrever-se para participar de pesquisas. |